Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar.
De acordo com a “American Psychiatric Association”, um episódio de depressão é indicado pela presença de 5 ou mais dos seguintes sintomas, quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas:
- Estado de espírito depressivo durante a maior parte do dia;
- Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos;
- Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso na ausência de regime alimentar (geralmente, uma variação de pelo menos 5% do peso corpóreo);
- Insônia ou hipersônia;
- Agitação psicomotora ou apatia;
- Fadiga ou perda de energia;
- Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade;
- Diminuição da capacidade de concentração e de pensar
com clareza; - Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida
ou qualquer tentativa de atentar contra a própria vida.
Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram
em média oito meses. Durações mais longas, no entanto, podem
ocorrer em casos associados a outras patologias psiquiátricas e em filhos de pais que também sofrem de depressão.
Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira infância também aumentam o risco.
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas.
Um tipo de Psicoterapia eficaz em ensaios clínicos é conhecida como terapia interpessoal. Nela, os pacientes aprendem a lidar com dificuldades pessoais como a perda de relacionamentos, decepções e frustrações da vida cotidiana. O tratamento psicoterápico deve ser mantido por seis meses, no mínimo.
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